Pensamento

"A história é a verdade que se deforma, a lenda é a falsidade que se encarna." Jean Cocteau

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Memórias do Douro

Edição: S. C. D.
Editor: Arnaldo Soares - Registado
Série: Colorido,
Postal: n.º 104.
Legenda: Porto - Vista Parcial
(Vista dos armazéns de vinho do Porto, em Gaia – 1900-1910)
Foto - Minha Reprodução

Até meados do século XX, o carro de bois foi o meio de transporte mais utilizado em portugal para carregamento e transporte das mais variadas mercadorias. Também nos cais do Rio Douro, estes eram utilizados para assegurar o transporte das pesadas pipas de vinho desde os barcos rabelos até as caves do vinho do Porto.
OS barcos rabelos subiam até ao douro vinícola, atracavam nos cais onde também aí o transporte das pipas era efetuado em carros de bois, desciam o douro até ao cais de Gaia para descarga, e o ciclo repetia-se.
Já desde meados do século XVIII, se pode ler (Nas Memórias das Freguesias do Distrito do Porto de 1758) se evidencia o grande tráfego do rio douro, "Nele há vários barcos que todas as semanas vão à cidade do Porto, levar fazenda de vinho, azeite, lenhas, frutas e de toda a espécie de fazendas que as terras dão de si.", os carros dos bois eram também usados para o transporte das mercadorias dos grandes barcos marítimos, centenas de toneladas de mercadorias eram desalfandegadas no cais de Gaia e Porto a qualidade dos serviços e despacho portuário e alfandegário é dito do melhor dos portos europeus.

Edição: O Porto de outros tempos, lugares de Camilo
Editor: Biblioteca Pública Municipal do Porto
Série: Colorido, 
Postal: n.º 5.
Legenda: Porto - Praça da Ribeira 
Impressão: MaiaDouro, 1990
Foto - Minha Reprodução

Há mais de 500 anos que o movimento de pessoas e mercadorias era intenso nos portos do douro, para alem da reexportação do Vinho do Porto, outros produtos agricultas e industriais eram exportados, chapéus, cutelaria e panos de linho de Braga, Guimarães, teias de Penafiel, e ainda ferragens, enxadas, foices e machados do Porto, com destino ao Brasil, estima-se uma média de 40 embarcações por ano.
Especificamente, em relação a Vila Nova de Gaia, são descritas na Memória de Santa Marinha de Vila Nova de Gaia: "Hé porto de mar, mas os navios mais se acolhem, ancoram e amarram aos muros e cais da cidade vizinha. Tem esta villa varias Companhias de arraezes de barcas, que todas tem 37 barcas grandes que carregam vinte pipas cheas. E servem continuamente para a carga e descarga de todos os navios portuguezes e de varias Reinos que aqui entram e para ajudar e valer nas entradas e sahidas e em todos os perigos de naufragios que succedem e em muitas cheas que hão no tempo de Inverno as quais todas se amarram nesta parte da villa. Tem para cima de cem barcos na passagem da villa para a cidade e de Gaia para a Porta Nova, Banhos e Lingoeta, a toda a hora que se querem e são precizos de dia e de noite. Aqui chegam todas os dias muitos e varias barcos de Cima do Douro, com vinhos, sumagre e frutas, que pela maior parte se recolhem nos armazens desta villa", coitados dos bois.

_________________________________________________
Arnaldo Soares / J. N. B.
de Arnaldo José Soares
Praça de D. Pedro, 137 - Porto

"Esta casa editora, de média dimensão (terá editado cerca de 250 BPI), apresenta o interesse particular de ter concentrado a sua produção nas vistas da cidade do Porto (com a excepção de um conjunto referente a artistas portugueses, na sua série geral, a quase totalidade do restante diz respeito a vistas da cidade). Merece ainda realce o facto de existir nesta série geral um conjunto de clichés que retratam o "Porto antigo", reproduzindo portanto clichés que Arnaldo Soares teria recolhido de fundos fotográficos do século XIX.

Não é claro o esquema de numeração usado por este editor, que se inicia no 101 para a série colorida e no 152 para a série geral. Caso Arnaldo Soares tenha começado a sua actividade mais tarde do que os dois principais editores do início do século XX (Emílio Biel e Alberto Ferreira), podemos considerar a hipótese de este início de numeração se ficar a dever a razões de ordem comercial (para sugerir que a sua produção era comparável à daqueles dois editores). "


Fonte:
paginas.fe.up.pt


Sem comentários:

Enviar um comentário

A Fortificação de Monção e a Lenda de Deuladeu:

A Fortificação de Monção Portas de Salvaterra, Fortaleza de Monção Bilhete Postal de 1955, Edição da Zona de Turismo das Caldas de Mon...