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| Protejo tridimensional para a construção de uma travessia pedonal paralela à Ponte D. Luis I, anunciada em 2018. Foto In www.afaconsult.com |
A revolução industrial viria a ter uma grande influencia na arquitetura ao permitir que esta evolua no ponto de vista da tecnologia e da Física, para níveis de superação. A influência da técnica associada à utilização de novos materiais, como o ferro, o aço e outros, viriam a impulsionar a arquitatura de forma a se ajustar às características da civilização industrial. No final do século XIX assistiu-se ao triunfo da arquitectura do ferro.
O Porto foi uma das primeiras cidades da Europa pioneira na utilização do ferro na arquitetura, mas desde a elaboração dos projetos até a sua concretização, continuo a utilizar as velhas Pontes de Barcas como solução alternativa com capacidade de adaptação às fortes correntes do rio Douro.
As Pontes do Engenheiro Carlos Amarante
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| Ponte das Barcas, desenho do Barão de Forrester (Editado por mim) |
Um estudo promovido pelo Corregedor Francisco de Almeida e Mendonça, que planeia uma grande ponte de pedra, cujo projeto encomendado ao Engenheiro Carlos Amarante, ganha forma em 1802 mas com a morte do corregedor em 1804, a solução ambiciosa de uma ponte definitiva é abandonado, este projeto viria a ser preterido por um outro de Ponte das Barcas, privilegiando assim o domínio da tecnologia existente.
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| "Projecto d'huma ponte, para a Cidade do Porto sobre o rio Douro. De hum só arco de 600 palmos de diâmetro". Engº Carlos Amarante. 1802 |
O porjeto ambicioso intitulado "Projecto d'huma ponte, para a Cidade do Porto sobre o rio Douro. De hum só arco de 600 palmos de diâmetro", guardado na Biblioteca Nacional de Lisboa, foi pensado para ser construído muito próximo do lugar onde hoje se encontra a Ponte D. Luís I, propunha ligar as duas margens do rio Douro entre a Porta do Sol, no Porto, e o terreiro do Mosteiro da Serra do Pilar.
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| Recorte das descrições técnicas definias para a nova ponte de Carlos Amarante, In "Catalogo da Colecção de Desenhos" A. Ayres de Carvalho, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1977 |
Como referido anteriormente, a solução encontrada é inaugurada e aberta ao público a 15 de Agosto de 1806, passou ainda pela construção de uma Ponte de Barcas, com maior carácter de estabilidade e permanecia que as Pontes anteriores. Composta por 20 barcas robustas, ligadas por cabos de aço, ancoradas ao fundo do rio, e sobre si, estendeu-se uma estrada para permitir a passagem de pessoas, bestas e carros.
Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante
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| Retrado de Carlos Amarante, Raio Palace, Braga |
Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante (Braga, 29 de outubro de 1748 — Porto, 22 de janeiro de 1815) foi um arquiteto e engenheiro militar português.
Ingressou no Seminário aos 17 anos mas a falta de vocação para a ilustração de livros religiosos que inicia a sua carreira ligada ao mundo das artes, chegou a ensinar música também durante algum tempo.
Casou em 1771 com Luísa Clara Xavier de quem teve quatro filhos, em 1773 foi Indicado como inspetor das Obras Públicas de Braga, em 1783 foi nomeado porteiro da Câmara do arcebispo D. Gaspar de Bragança, soube valorizar o acesso privilegiado que teve à biblioteca do Palácio dos Arcebispos, onde, de forma autodidata, adquiriu conhecimentos de arquitetura.
Foi em Braga que, como arquiteto, executou as suas primeiras obras, destacando-se as casas do Dr. Francisco Maciel Aranha e da família Vilhena Coutinho, e o presbitério de São Pedro de Maximinos. A notoriedade que alcançou pelas construções realizados, abriu portar para a angariação de grandiosas projetos, hoje reconhecidas internacionalmente, que o tornaram um dos principais arquitetos bracarenses do século XVIII. Foi dele o projeto para o Santuário do Bom Jesus do Monte, em 1781, de arquitetura de base neoclássica. Realizou também em Braga a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e o Hospital de São Marcos já com elementos arquitetónicos do Barrocos e do Rococó.
Aos 45 inicia uma carreira militar, que leh permitiu chegar, em 1792, a segundo-tenente do Real Corpo de Engenheiros, ausentou-se de Braga, ficou incumbido de desenhar o "Mapa Topográfico desde a Serra de Rio Maior até Leiria". Em 1796 foi promovido ao posto de primeiro-tenente e, a partir de 1799, ficou responsável pela "direcção dos trabalhos de construção de estradas e pontes do reino".
Promovido a capitão do Real Corpo de Engenheiros, em 1801, foi requisitado por Francisco de Almada e Mendonça para trabalhar na fase final da transformação urbana do Porto, aqui viria a estabelecer-se e dá inicio á elaboração dos projetos das pontes sobre o Rio Douro de entre outros, destácam-se a Igreja de São José das Taipas (1795-1878), na Cordoaria,a Igreja da Ordem Terceira da Trindade (1803), no Largo da Trindade, cujo plano original, oferecido pelo autor, foi alterado pelo arquiteto João Francisco Guimarães, a Academia Real de Marinha e Comércio, cujos planos iniciais de José Costa e Silva, datados de 1803, foram corrigidos por Carlos Amarante em 1807. Também desenhou um Arsenal Real do Exército, que não chegou a ser edificado.
A maioria das suas obras situa-se na transição do Neoclássico para o Barroco, são ainda de descartar a Ponte de São Gonçalo sobre o rio Tâmega em Amarante, a Reitoria da Universidade do Porto, as Muralhas da Praça-forte de Valença e o belíssimo Palácio da Brejoeira em Monção.
Em 1812 foi afastado do Real Corpo de Engenheiros devido à reforma da Engenharia Militar, faleceu três anos depois e foi sepultado na Igreja da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade, em 1837, os seus restos mortais foram depositados no ossário geral da Ordem da Trindade, no cemitério de Agramonte.
As Propostas Para a Primeira Ponte Definitiva
O futuro da Ponte das Barcas de 1906 viria a revelar-se mais curto do que o previsto,é com a célebre catástrofe de 29 de Março de 1809, que, fugindo das tropas do Marechal Soult que atacavam a cidade sob ordens de Napoleão, faleceram na travessia da Ponte, centenas de pessoas, hoje estima-se que o numero de vitimas possa ter chegado mesmo a três mil. Este triste episódio veio evidenciar a necessidade da construção de pontes de pedra e ferro muito ambicionadas para a nova transformação urbana da cidade, todavia, a necessidade de curto prazo obrigou a reparação imediata, com implementação de melhorias, da ponte existente e ainda em 1809, estaria reposta a travessia entre as duas margens.
Outras pontes de barcas sucederam a esta e cada vez mais aperfeiçoadas, mas o Porto necessitava de uma verdadeira ponte permanente capaz de dar dar vazão ao tráfego cada vez maior entre as duas margens do rio, este franco crescimento foi o reflexo da crescente impotência comercial e industrial da cidade.
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| Projeto da proposta para a construção da primeira ponte definitiva sobre o Rio Douro, no Porto, 1837 |
Em 1837 estiveram em paralelo vários estudos para a concretização da primeira ponte permanente, de entre eles, avançou um projeto que contemplava uma ponte, constituída por dois vãos suspensos e armações metálicas, sua construção chegou mesmo a começar, mas entre o aparecimento de dúvidas e receios e o novo ganho de confiança a construção foi abandonada e só cinco anos depois, a 17 de fevereiro de 1843 é inaugurada a primeira ponte permanente, a Ponte Pênsil ou como também foi conhecida Ponte d. Maria II, uma inauguração antecipada, com algumas obras de finalização ainda a decorrer, que transparecem com clareja o quanto era "necessariamente desejada".
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| Projeto da proposta para a construção da primeira ponte definitiva sobre o Rio Douro, no Porto, 1837 |
O Cimbre da Ponte da Arrábida
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| Montagem da estrutura metálica da Ponte da Arrábida, Para posteriormente fixar o betão armado da ponte, 1963. |
O cimbre da Ponte da Arrábida, no tempo da sua construção em 1963, conferiu à ponte o titulo do maior arco em betão armado de qualquer ponte no mundo. Depois da conclusão da obra, surge a necessidade de reutilizar o cimbe com mais de 2000 tonelasdas de aço laminado.
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| Ponte da Arrábida, aspecto atual, by day. |
Depois de desmontado, esteve durante anos na marginal do Douro entre a Ponte D. Luís e o Freixo, esteva destinado a construção de um arco definitivo de uma ponte ferroviária destinada a substituir a Ponte Maria Pia. Foi feito o concurso para a construção da nova ponte ferroviária e escolhido o projeto vencedor, que por ironia, não apresentava qualquer referencia no que respeitava à reutilização do cimbe. o concurso viria a ser anulado e a construção da nova ponte ferroviária adiado.
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| Ponte da Arrábida, aspecto atual, by nigth, 2019 |
Este adiamente, apezar de não ter tido emconta um destino a dar ao cimbre de aço laminado, acabaria por se revelar uma escolha acertada, por colminou com o aparecimento de novas tecnologias que abriram a possibilidade de efetuar a travessia do rio com soluções mais inovadoras, que se viriam a refletir no projeto da Ponte de S. João, anos mais tarde.
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| Fotos dos Caixões de do cimbre utilizado na construção da Ponte da Arrábida, 1963 |
Os enormes caixões de aço laminado, que compunham o cimbre, depois de váriso anos sem que fosse definida uma nova utilidade, acabaram oxidados e vendidos como sucata.
A Ponte Pedonal Virtual
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| Protejo tridimensional para a construção de uma travessia pedonal paralela à Ponte D. Luis I, anunciada em 2018. Foto In www.afaconsult.com |
As cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, fazem parte da área urbana conhecida por “Grande Porto”, geograficamente separadas pelo Rio Douro, é tambem este um dos principais fatores turisticos comum às duas cidades, que aliado ao facto de que as duas zonas ribeiras são de intreserre turistico simultaneo, ora quem visita o Porto não prescinde de visitra as caves do Vinho do Porto na ribeira de Gaia o que gera uma necessidade de travessia constante de um lado para outro do rio e a única ligação existente para peões é o tabuleiro inferior da Ponte Luiz I, mas a presença contínua de tráfego intenso e a pequena largura dos passeios torna desconfortável e até perigosa a sua utilização.
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| Regata do Infante Dom Henrique, Cutty Sark Tall Ships' Race, em 1994. |
O evento da regata Cutty Sark que trouxe ao Douro mais de uma centena de veleiros de todo o mundo. Pela singularidade do evento, acabou por atrair, entre curiosos e amantes da modalidade, uma multidão aos cais do Porto e Gaia. Foi um dos episódios em que se percebeu de forma notória o defice de comunicação entre as duas cidades. Como no passodo a travessia já havia sido assegurada por barcos, consta que por parte da organização, surge uma ideia, em "tom de homenágem", a reconstrução das Pontes das Barcas, para o evento.
| Foto dos pilares da entrada da Ponte D. Luis I e Ponte Pensil (Extinta), 2019 |
A ideia de construir uma travessia pedonal aparece assim na sequencia da observação de uma necessidade real, numa primeira aboradgem, aparece a localização exata da antiga Ponte Pensil, exencialmente por dois aspetos , pela proximidade da zona de maior concentração de pessoas e a possibilidade de integrar os pilares da antiga ponte na nova estrutura.
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| Maquete tridimensional para a construção de uma travessia pedonal paralela à Ponte D. Luis I, anunciada em 2018. Foto In www.afaconsult.com |
O projeto consiste construção de num arco abatido que se estende por 156m e se eleva 12m. O arco é constituído por uma secção tubular de altura variável em aço inoxidável da qual se destacam duas rampas ao encontro de cada uma das margens. Propôs-se a montagem da estrutura do arco fora do local definitivo sendo transportada posteriormente para o local com recurso a gruas assentes em barcos.
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| Ponte D. Luis I, vista lateral dos tabuleiros, 2019. |
Esta localização apontada como provável, quanto a mim, não faz muito sentido uma vez que não existe nenhum material suficientemente neutro a ponto de não causar impacto naquela que é a "Ponte Exlibis" da cidade do Porto.
A Sétima Ponte
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| Maquete do projeto para a Ponte S. Francisco Arquiteto Castelo Branco, s/d |
A ideia de construir uma nova ponte no rio Douro a ligar Porto e Gaia não é nova e até já existiam vários estudos, (nomeadamente o projeto do Arquiteto Castelo Branco para aquela que teria sido a Ponte de S. Francisco, cujo construção não avançou), com diferentes localizações e características tambem distintas. A localização entre Campanhã e o Areinho, para a nova travessia, pretende a requalificação de duas zonas em ambas as margens que necessitam de valorização. O projeto está a cardo do Engenheiro Adão da Fonseca, que tem já a assinatura em diversas pontes nacionais, incluindo a Ponte do Infante, no Douro.
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| Foto com a indicação da localização da nova ponte e do seu trajeto. Foto de 2018, in www.dn.pt/ |
Na apresentação do projeto, o Presidente da CMP realçar a importância do seu estudo para esta nova travessia que será à cota baixa, numa extensão de 250 metros, entre as pontes de São João e a do Freixo, a travessia deve ter apenas duas faixas rodoviárias, uma em cada sentido, mais as faixas pedonais e de ciclovia.O nome da ponte será uma homenagem a Bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, falecido em 2017, até na atribuição do nome o Engenheiro Castelo Branco andou perto. Os custos serão de 12 milhões de euros, a serem suportados pelas duas autarquias, com a previsão de quatro anos para a sua conclusão, estima-se que para 2022.
Fontes:
"Catalogo da Colecção de Desenhos" A. Ayres de Carvalho, Biblioteca Nacional de Lisboa, 1977
fortalezas.org/
web.fe.up.pt/
www.afaconsult.com/
www.dn.pt/



















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